O setor de Serviços no Rio Grande do Norte apresentou crescimento de 11,1% em dezembro de 2024, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Esse desempenho fez de dezembro do ano passado o melhor da série histórica iniciada em 2011, sendo superado apenas pelo crescimento registrado em dezembro de 2021, quando a alta foi de 11,7%, período marcado pela retomada econômica pós-pandemia da Covid-19.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os principais fatores que impulsionaram o crescimento do setor de Serviços no RN estão o aquecimento da construção civil, principalmente na capital Natal, e o forte desempenho do turismo.
O crescimento imobiliário e as obras de infraestrutura urbana aumentaram a demanda por serviços correlatos, como transporte, locação de equipamentos e manutenção predial.
Já o turismo potiguar registrou alta de 1,7% em 2024, devido à realização de eventos tradicionais, como o Carnatal e as celebrações do Natal, e à revitalização de importantes pontos turísticos, que ampliaram o fluxo de visitantes no estado, como já observado no Réveillon. Esse dinamismo se refletiu diretamente no setor de bares, restaurantes e hotéis, que reportaram aumentos de vendas de até 25% em dezembro de 2024, comparado ao mesmo período de 2023.
Na comparação interanual, em relação aos outros estados, o Rio Grande do Norte apresentou o melhor desempenho da região Nordeste e terceiro melhor em nível nacional, no último mês do ano passado. Já no acumulado de 2024, o setor de Serviços no RN cresceu 4,7%, superando a média nacional, que teve elevação de 3,1%.
Nesse contexto, o Rio Grande do Norte apresentou o terceiro melhor desempenho regional, superado apenas por Sergipe (que cresceu 7,1%) e muito próximo ao da Paraíba (que teve alta de 4,8%).
Em nível nacional, o estado ficou entre as 10 maiores taxas de crescimento em 2024, na nona colocação. Esse foi o quarto ano consecutivo de crescimento da receita dos Serviços no estado, acima da inflação, consolidando o Rio Grande do Norte como um dos principais destaques na região Nordeste.
Primeiro trimestre deve seguir positivo
De acordo com o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, o desempenho positivo reflete a combinação de fatores locais favoráveis e a retomada econômica nacional.
“O crescimento do setor de Serviços no Rio Grande do Norte reflete o aquecimento do turismo, que deve se manter durante o Carnaval, e o aumento da renda do trabalhador potiguar, fatores que impulsionaram a demanda por diversos segmentos”, afirma Queiroz.
Ele alerta, no entanto, que para manter esse ritmo positivo é importante a adoção de estratégias de diversificação econômica que vão além da construção civil e do turismo. Além disso, segundo ele, será essencial monitorar variáveis macroeconômicas nacionais, como inflação, taxas de juros e políticas de incentivo ao consumo e ao investimento privado, que podem influenciar diretamente a continuidade desse ciclo positivo.
Crescimento foi de 3,1% no Brasil
O setor de serviços fechou o ano de 2024 com crescimento acumulado de 3,1%, completando o quarto ano consecutivo de taxas positivas, um feito inédito na série histórica, iniciada em 2012. Entre 2021 e 2024, a alta acumulada chegou a 27,4%. O resultado do ano passado também superou o de 2023, que ficou em 2,9%, conforme os dados divulgados nesta quarta-feira (12) pela Pesquisa Mensal de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No resultado anual de 2024, quatro dos cinco setores tiveram desempenho positivo. Os maiores destaques foram os serviços de informação e comunicação e os serviços profissionais, administrativos e complementares: ambos cresceram 6,2%. Já os serviços prestados às famílias tiveram incremento de 4,4% e os outros serviços avançaram 1,1%.
O único setor com resultado negativo foi o dos transportes, com queda de -0,7%.
Apesar dos números positivos, no último mês do ano passado, o volume de serviços no Brasil recuou 0,5%, o segundo resultado negativo consecutivo, acumulando perda de 1,9%.
13 de fevereiro de 2025